Por Ana Paula Castilho
Não sei dizer como nossas mãos e pés sobreviveram, nem como nunca peguei uma micose ou problema de pele, só me lembro de tê-los ressecaos, de ter que acordar de noite pra repassar o creme de tão insuportável que era o ressecamento (pra mim simplesmente NÃO EXISTEM pés e mãos ressecados) e se eu acordo de madrugada e sinto que estão meio ressecados, levanto e passo creme (não é mentira!!!! Pode ser a hora que for), eu não consigo aguentar essa sensação.... bom, esse texto só vai entender na íntegra quem tem 30 anos ou mais, ou pelo menos uns 28/29, pras mais jovens vale a diversão e também pra agradecer por toda a tecnologia e produtos de beleza que temos hoje.
Na verdade no início dos anos 80 eram nossas mães que sofriam, bom, sofriam nada, pois não existia tanta coisa boa por aí, então aquilo que a gente não conhece geralmente não faz falta.... muito menos esmaltes variados como temos hoje.... sabe como as manicures (inclusive eu) faziam as unhas?
1º) Colocavam uma bacia daquelas de alumínio (não tinha protetor de plástico, ou se existia era coisa muito distante, rsrsrs) com água quente ou morna e um pouco de SABÃO EM PÓ (!!!!) geralmente OMO, isso tanto pras mãos quanto pros pés;
2º) ANTES de umedecer os pés, LIXAVAM a seco (que horror, isso só piorava a situação e hoje temos até aparelhos pra suavizar a pele, porque não devemos lixar muito, senão o efeito é contrário, engrossa mais ainda), aquilo parecia mais um barulho de ralador (rxxxxxrxxxxxrxxrrrrrrrrrxxxxxx) até cansar (a manicure e a cliente);
3º) Depois de um bom tempo com os pés mergulhados na água as unhas eram cortadas e lixadas (aí tudo normal, só que hoje em dia as melhores manicures dão a lixa e o palito pra cliente levar pra evitar contaminação, eles vem junto com as botinhas e luvinhas com creme que compramos nas perfumarias), os pés saiam beeeeeeem enrugados, e como ainda estavam amolecidos tirava-se a cutícula e antigamente tirava-se MESMO, bem fundo, isso era sinônimo de unha bem feita (e propensa e pegar micoses e crescer torta e fraca), às vezes ou muitas vezes, saiam uns bifões que doíam a semana toda.;
4º) Bom, aí era sorte se a manicure passasse um cremezinho, geralmente era aquele creme que tinha escrito bem grande: TARTARUGA (que eu me lembre, eu era criança, mas acho que era porque tinha óleo de tartaruga) do pote branco e a tampa vermelha, parecia que era o único que existia, mas melhor esse do que nada.... e ele até que era bom.
5º) Por fim o esmalte, e só tínhamos basicamente quatro opções: Branquinho tipo RENDA, vermelhão vivo (que todo mundo achava horrível até a Babalu da novela Quatro Por Quatro começar a usar já nos anos 90, antes era de mau gosto pras mulheres mais jovens, só as mais velhas usavam e ainda passavam um tipo de cintilante por cima), vermelho escuro (Tipo o REBU, quase preto) e a grande novidade: ZAZÁ da Colorama (um lilás beeem cremoso), hoje tem versões do Zazá mais leves mais fluidas e mais brilhantes, mas o original, o primeiro era grosso e quando a manicure estava terminando ele já estava mais grosso do que quando o vidrinho fora aberto, rsrsrsrs.... Eu me lembro de um esmalte amarelo, que nem vale a pena comentar, nem sei o nome ou a marca, mas parecia tinta de parede. Sinceramente não me lembro de nunhum Top Coat ou Extra Brilho, era a base por baixo e a base por cima....
O máximo da decoração era a Francesinha que inúmeras noivas usaram em seus casamentos, se existia alguma coisa diferente era realmente muito cara e distante, porque nos anos 90 até curso eu fiz e não tinha nada do que temos hoje, claro que nenhuma mulher deixava de fazer suas unhas semanalmente, pelo menos eu fazia as minhas e das minhas amigas e também ninguém morreu por causa disso, mas será que seria fácil deixar todos os produtos que temos hoje, tanto pra tratamento quanto pra decoração e voltarmos a fazer nossos pés e mãos com OMO? Rsrsrsrsrs.... Eu não tenho mais coragem nem pra fazer o teste....